Esta semana despedimo-nos deste eternamente jovem e carismático rapaz que aparece, entre irmãos e primos, no centro desta fotografia de família.
E é aqui, neste sítio, e bem ao centro da família, que ele ficará para sempre nos nossos corações.
A fotografia data dos anos 30, do século passado, e foi tirada nos jardins da Quinta, em Vale de Prazeres, centro nevrálgico de toda esta grande família. E é daqui, deste sítio que sempre foi tão querido para o nosso Tio João Paulo, que lhe deixamos esta singela homenagem, as nossas saudades imensas e um agradecimento sincero por toda a memória que nos deixa.
Fica aqui também o testemunho sentido do Francisco, um dos seus 18 netos. Trata-se da sua última Carta ao Avô, que nos leu no final da Missa em que dele nos despedimos.
“Hoje o mundo ficou mais Pobre e o Céu mais rico, hoje perdi o meu último Avô, perdi um amigo, um companheiro, um exemplo.
Nasci com o privilégio de poder festejar os anos no mesmo dia que o Avô, dia 8 de Junho, e há 22 anos que passei consigo esse dia, sem nunca falhar um único ano.Foi o maior e melhor exemplo que tive e terei na vida do que é ter Fé, do que é ser um Pai de família e um Avô presente, sempre sempre presente. Apelou sempre ao bom senso e zelou sempre para que os seus 8 filhos e 18 netos se dessem sempre e incondicionalmente bem uns com os outros, era mais do que um Pai, mais do que Um Avô, era um elo de união, pedra basilar da nossa família.
De Comandante de Falange na mocidade Portuguesa a Deputado á Assembleia Nacional, dirigente da União Nacional, de homem dos petróleos das químicas e das mecânicas pesadas no Brasil, engenheiro de refinarias, nunca, mas nunca perdeu a humildade e a humanidade, era um homem tão bom, tão puro e tão honesto,que mesmo aqueles que fizeram parte do 25 de Abril, o respeitaram na generalidade, sempre, desde funcionários de fábricas a colegas de trabalho, todos todos reconheceram no avô a diferença, a atenção que tinha com
todos e com cada um, e mesmo no tempo de Exílio pós-25/04/1974, houve quem, do outro lado, sentisse saudades.Foi um Homem de convicções, do 1º ao último dia da sua vida, eternamente apaixonado pela Avó, que viu partir há 3 anos, e por quem nunca deixou de se emocionar quando falava, não há palavras que consigam exprimir aquilo que o Avô foi como exemplo, de bom Pai, bom Marido, bom Patrão, bom católico, se algum dia, na minha pequenez, me aproximar de 1/10 daquilo que o avô foi, é uma benção.
Nunca me vou esquecer do período em que vivi consigo, dos almoços em sua casa, das tardes e tardes a ouvi-lo contar as 1001 histórias inesgotáveis da sua infância e vida.
Sabe, nunca se está verdadeiramente preparado quando chega esta altura, mas tive a sorte e a benção de poder estar ao seu lado, de mão dada, até ao fim.
Tenho a certeza que a sua missão na terra foi cumprida e por excesso. Deixou um legado familiar único.
Avô, muito obrigado por ter sido meu Avô, obrigado Deus pelo privilégio e benção de o ter como Avô.
Um até já 🙏Francisco Maria Castello Branco Quinta
Foi um verdadeiro Senhor, sempre muito agradavel e com uma educaçao que fazia parte dele.
Deixa saudades !
Muitas!
Não sendo meu Tio de sangue, era casado com a Tia Beatriz, irmã do meu Pai, sentia por ele uma grande amizade, admiração e também uma grande afinidade. Senti profundamente a sua “passagem” e muitas vezes me lembro com muita saudade do agradável que era estar com ele, das suas histórias, como o Quico tão bem descreve aqui em cima.
Precisamente uma das últimas vezes que estivemos juntos, contou-me como tinha conhecido a Tia Beatriz e de como se tinha apaixonado por ela. Tudo isto com contornos cheios de piada e interessantes que nem dei pelo frio e vento que estava, pois tudo isto se passava na rua, à porta de casa de uma das Primas….